O governo brasileiro ainda não tem uma data para retomar a mistura de 14% de biodiesel no diesel, mas trabalha para que isso aconteça “tão logo as condições voltem à normalidade”, disse nesta sexta-feira o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.
“Tudo vai depender da safra, do mercado mundial. Temos que ter um pouco de paciência, para que a gente possa conduzir esse processo com previsibilidade para o setor e para os consumidores”, disse Albuquerque em entrevista coletiva concedida virtualmente durante uma viagem à Índia.
O governo decidiu no ano passado fixar em 10% o teor de biodiesel no diesel para 2022, uma medida bastante criticada pelo setor. A ação foi atribuída ao aumento do preço do biocombustível, diante da conjuntura internacional, da desvalorização cambial e altos custos de matéria-prima.
O ministro ressaltou que o governo tem “comprometimento total” com o RenovaBio. “Tão logo as condições voltem à normalidade, vamos aplicar a mistura de 14%, e em 2023 será 15%. Isso aí é irreversível como política pública”.
Ainda durante a coletiva, Albuquerque afirmou que a Índia pode aumentar suas importações de petróleo do Brasil, mas sem citar estimativas.
Ele destacou que o Brasil está ampliando gradualmente sua produção de petróleo, principal produto das trocas comerciais com a Índia.
O ministro de Minas e Energia se reuniu na Índia com empresários e lideranças do país para discutir uma aliança nos setores de bioenergia e biocombustíveis.
Brasil e Índia assinaram uma declaração ministerial em que se comprometem a trabalhar para fortalecer a cooperação entre os setores privados sucroenergético e automotivo dos dois países, além de trabalhar conjuntamente para posicionar a bioenergia e os biocombustíveis sustentáveis como parte das soluções para a transição energética global, especialmente em transporte, indústria e outros setores.